Vento
à beira rio uma criança estava num jardim a separar as pombas dos melros por causa do milho a cair sobre o olhar atento das gaivotas e o silêncio rente das andorinhas , no meio das folhas inquietas das árvores a criança agarrou um papel com palavras e imagens que a meio do vento me fugiu das mãos , a criança pediu - me que fizesse daquela página solta um avião ou um barco , disse - lhe faz tu , eu sò ajudo , não sei voar nem navegar , a criança começou a sonhar com habilidade e a imaginação , o coração começou a abrir - se como uma cor e a cabeça fechou - se em concha , no fim da história apareceu a mãe a dizer a criança não estragues o poema que è desse senhor , respondi - lhe foi o seu filho que me ensinou a voar e a navegar por um instante , foi ar que nos deu , não pertencem a ninguém acaso a vivacidade , sei là a arte não tem dono , anda por aì , ainda bem , amen
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