Desde o Chão

Estremece as vezes desde o chão ,
por se ter uma navalha na algibeira ;
por o sexo ser sumptuoso ;
por causa dos buracos luminosos
na camisa , tem - se medo do poder
da nudez , a finura da carne uma
unha no coração :


o modo de fazer rodar o quarto ;
o baruulho que se ouve nos canos
onde a água vive - tudo sob a
ameaça de uma riqueza brusca
em nòs , quando um raio se
desencadeia pela coluna
vertebral abaixo , o golpe
entre as madeixas frias ,

toca - se na cama :
e nunca mais se dorme , toca - se onde
os pulmões se cosem à boca para gritar ,
às vezes tem - se o dom de fincar os pès
na paisagem em massa , um feixe
desfeixa - se no avesso - estala fora ,
com que vozes se encontra a gente
Quando
o pavor se faz música
ordem
exercício nominal ?

Arranca - nos a tudo como
se arranca a unha
a um dedo ; ou o dedo à mão
ao gesto

amassando a terra como se penteia ,
pente que reabre a chegada e alastra ,
que aprofunda
como o sangue aprofunda a claridade

pequena
de um lenço , se o lenço
se molha na costura que sangra
perpétuamente , a coroa irrompe
da cabeça pelo ìmpeto

da relatada animal , o choque de um astro
calcinaria tudo

- o ceptro que nos crava no mundo
o manto
o escudo
os anèis como nòs de dedos ,
morre de alta tensão ,
e o relâmpago de um troço avistado ,
as vantagens à força de janelas ,
ou è Deus que nos olha em cheio :
Dentro .





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