a voz desprende - se de ti


 

a voz desprende - se  de ti

abriga - se num poema

já não è tua


ao mundo  pertence

ignorada


o vento dedica-se  ao ritmo

das estações 


vem com o ruído dos comboios

com a chuva com as folhas

das árvores


esconde - se nos tanques

onde a morte se abriga


e o que não  morre

o que suspeita sem ferir

o que abre


as feridas descem das vinhas

 para os rios

 

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