ao meu verdadeiro amor transparente


 


sem romance as noites 

o que seria das noites

e dos braços das bocas

das faces da lua


que alegria intuir no rumo clariante

da madrugada e os mistérios


os mistérios do sol

penumbra e aventura

as vias secretas


para as secretas paragens


o espírito que o mosto  em vinho

como seriam 

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Vento

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 à beira rio uma criança estava num jardim a separar as pombas dos melros por causa do milho a cair sobre o olhar atento das gaivotas e o silêncio rente das  andorinhas , no meio das folhas inquietas das árvores a criança agarrou um papel com palavras e imagens que a meio do vento me fugiu das mãos , a criança pediu - me que fizesse daquela página solta um avião ou um barco , disse - lhe faz tu , eu sò ajudo , não sei voar nem navegar , a criança começou a sonhar com habilidade e a  imaginação , o coração começou a abrir - se como uma cor e a cabeça  fechou - se em concha , no fim da história apareceu a mãe a dizer a criança não estragues o poema que è desse senhor , respondi - lhe foi o seu filho que me ensinou a voar e a navegar por um instante , foi ar que nos deu , não pertencem a ninguém acaso a vivacidade , sei là a arte não tem dono , anda por aì , ainda bem , amen
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soou um trompete no coração no coração , ouviu - se um tiro sem disparo , luz e sombra estavam no sitio certo o povo anónimo pegou pelas pontes e pelos cornos os traidores a sua cidade , comeu o que lhe restava das vísceras , contra um invasor desesperado um sò homem soltou o diafragma no momento exacto uma lente estimada um zoom na consciência atè a pedra ardeu  em certas praças mulheres e crianças ficaram estáticas estátuas de guerras mais velhas sorriram úteis , conquistou - se a liberdade e a honra imortalizada numa fotografia a preto e branco e reveladas pelas lágrimas , vida e arte deram as mãos novas cerraram atè as últimas forças , dormiram juntas ainda hoje as fontes jorram sangue e sémen e as vezes  a plebe sorve - as
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